quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Fibromialgia = Eu



A fibromialgia é uma síndroma crónica caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. Outras manifestações que acompanham também as dores são a fadiga, as perturbações do sono e os distúrbios emocionais. Alguns doentes queixam-se de perturbações gastrointestinais.
Há várias descrições da doença desde meados do século XIX mas apenas foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como doença no final da década de 70.
Sofrem da doença de 2 a 8% da população adulta dependendo dos países.
Da população atingida, entre 80 a 90% dos casos são mulheres com idade entre os 30 e os 50 anos.

A DOR NA FIBROMIALGIA
O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor, que pode afectar uma grande parte do corpo.
Em certas ocasiões, a dor começa de forma generalizada, e em outras numa área como o pescoço, ombros, região lombar etc.
A dor da fibromialgia pode ser descrita como queimadura ou mal estar. Às vezes podem ocorrer espasmos musculares .
Com frequência, os sintomas variam em relação à hora e ao dia , podendo ter maior incidência matinal, agravando-se com a actividade física, com as mudanças climáticas, com a falta de sono e o stress, etc.
Acredita-se que a doença seja devida a uma perturbação dos mecanismos da dor, nos fusos neuromusculares, não havendo propriamente lesão de qualquer órgão, nomeadamente músculos ou articulações, podendo nalguns casos ser altamente invalidante.

OUTROS SINTOMAS E ASPECTOS DA FIBROMIALGIA
Além da dor a fibromialgia pode causar sensação de formigueiro e inchaço nas mãos e pés, principalmente ao levantar da cama assim como ocasionar rigidez muscular.
Outra alteração da fibromialgia associada à dor é a fadiga, que se mantém durante quase todo o dia com pouca tolerância ao esforço físico.
Quando o sintoma Dominante é a Fadiga a doença tem sido designada por Síndroma da Fadiga Crónica.
As pessoas com fibromialgia queixam-se com frequência de ansiedade, às vezes há depressão, perturbações da atenção, concentração e da memória.
Alguns doentes têm queixas gástricas e cólon irritável.
Cerca de 70% dos doentes com fibromialgia queixam-se de perturbações do sono, piorando as dores nos dias que dormem pior.
Os registos electroencefalográficos podem apresentar alterações em relação com as perturbações do sono.
Há relatos de casos de fibromialgia que começam depois de uma infecção bacteriana ou viral, um traumatismo físico ou psicológico.
Existem estudos que mostram que pessoas com esta doença, apresentam níveis baixos de algumas substâncias importantes, particularmente a serotonina e níveis elevadas de proteína P relacionados com a dor.

DIAGNÓSTICO
Dado que não existem exames ou análises que permitam a confirmação do diagnóstico, este é feito com a história clínica, a observação médica pondo em evidência pelo menos 12 de 18 pontos dolorosos representados nas figuras ao lado, associados à fadiga, às perturbações do sono e às alterações emocionais. Na Síndroma da Fadiga Crónica sem dores não há pontos dolorosos o que torna a situação muito mais aleatória.

Em resumo os Critérios de Diagnóstico são:
Duração superior a 3 meses de:
Dor difusa pelo corpo.
Dor à apalpação de 12 de 18 pontos dolorosos.
E pelo menos mais 2 dos 3 sintomas seguintes:
- Fadiga
- Alterações do sono
- Perturbações emocionais
- Devem no entanto ser investigados a presença de lesões nos músculos, alterações do sistema imunológico, problemas hormonais e principalmente doenças reumáticas, etc.
- No caso da fibromialgia todos os exames e análises devem ser normais.

PROGNÓSTICOS E TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA
Há várias medicações muito úteis para atenuar os sintomas da fibromialgia e muitas outras estão a surgir.
Os estudos a longo prazo sobre fibromialgia têm demonstrado que se trata de uma doença crónica com uma evolução alternando períodos melhores com outros de grande crise em que a medicação é fundamental.
Um dos aspectos que por vezes é determinante para o prognóstico é a relação entre o doente, os familiares, os colegas de trabalho e a comunidade, e não menos importante, mas indispensável, é o apoio e uma boa relação médico / doente.

Dr. Fernando Morgado - Neurologista


Isto foi o que tive de aprender há mais de 5 anos atrás. Com isto aprendi também quem eram os meus verdadeiros amigos: os meus pais e o meu irmão, pois foram os únicos que ficaram do meu lado quando descobri que tinha fibromialgia. Também tive que voltar a aprender a viver, tive que aprender a aceitar: primeiro a doença e depois todas as limitações associadas. Tornei-me uma pessoa muito mais fechada e com mais medo, também. Muito mais insegura e difícil de aturar e perceber.
Mas também comecei a dar muito mais valor às pequenas coisas da vida!! Por exemplo, só o facto de conseguir sair da cama de manhã e ir trabalhar, é uma enorme vitória, da qual me orgulho muito!! 
A vida é feita de obstáculos, uns mais complicados do que outros, mas nenhum deles impossível de vencer ou contornar. Este, sei que me vai acompanhar para sempre; mas não é por isso que (na maioria dos dias) me vou deixar vencer por ele!!!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Avó

Ainda só passou um mês desde que partiste, mas as saudades que sinto já são tantas que parece que foi há muito, muito mais tempo...
Hoje, aqui onde estou, dou por mim a pensar em tudo o que me faz lembrar de ti e, felizmente, são tantas coisas! 
Dos meus tempos de menina, lembro-me bem quando tinha que ficar a dormir em tua casa e de como a tua cama era diferente de todas as outras camas. Lembro-me do frango frito e do arroz branco que fazias para o almoço (nunca um outro frango frito e um arroz branco me souberam tão bem como os teus). E o teu leite creme?! Lembras-te que era a única prenda que, durante 27 anos, te pedia para os meus anos e para o Natal? Este ano o meu aniversário já passou e ninguém fez leite creme porque, tão cedo, ninguém vai ocupar essa tua função.
Desde que me lembro sempre foste uma pessoa que suscitou sentimentos contraditórios. É engraçado que do avô sempre ouvi dizer bem, mas quando era para falar de ti sempre houve aqueles que diziam bem e outros que não diziam tão bem. A verdade é que sempre tiveste um feitio especial (às vezes acho-me bastante parecida contigo) mas de ti sempre recebi todo o carinho que uma neta pode pedir a uma avó e que demonstravas à tua maneira. Foste uma mulher de armas, que ficou viúva demasiado cedo, e cuidou dos 8 filhos da melhor maneira que te foi permitido e que sabias. E cuidaste bem, a sério que sim! Contaste-me tantas vezes os sacrifícios que tiveste de fazer ao longo de muitos anos para que tudo corresse bem com todos; e todos eram um enorme orgulho para ti, até mesmo o tio Luís, que agora, finalmente, reencontraste.
Sabes, ainda consigo lembrar-me da tua voz e eras a única pessoa que me podia chamar de Ana Luísa sem que eu pensasse que tinha feito alguma asneira; isto, claro, quando não me tratavas por minha filha, que era o mais habitual. O som em tua casa era sempre o mesmo: as telenovelas da TVI e, se eu puxasse por esse assunto, tínhamos conversa para algumas horas!! Conseguias contar-me a história de cada uma dessas telenovelas ao pormenor e eu não me importava de ouvir-te de tão satisfeita que ficavas.
Costuma dizer-se que o tempo cura tudo, mas eu não quero ficar curada de todas estas (e outras tantas) recordações. Quero sempre lembrar-me de ti com o mesmo carinho com que convivi contigo; e tenho a certeza que hoje, e sempre, estarás a olhar por mim (à tua maneira, diferente, mas não menos especial)!!!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O perdão

Jesus ensinou-nos que devemos perdoar "...setenta vezes sete..." e há um provérbio bem conhecido que diz que "Errar é humano e perdoar é divino". Mas, até que ponto somos capazes de perdoar?
Se uma pessoa nos magoa continuamente, seremos capazes de perdoar esse erro, por mais que nos peçam desculpa? 
Costumo dizer aos meus alunos de EMRC que as desculpas não se pedem só com a boca, mas também com o coração; mas como fica o coração daqueles que magoámos?

Somos seres humanos em constante aprendizagem, e cometemos erros que nem sempre gostaríamos de cometer, mas também como humanos que somos, até que ponto chega a nossa capacidade de perdoar?
Eu gostaria muito de ser perdoada por erros que fui cometendo ao longo de seis anos com uma das pessoas mais importantes e marcantes da minha vida; mas hoje, fazendo uma reflexão cuidada acerca do assunto, tenho que admitir que esse perdão, a acontecer, vai demorar o seu tempo, vai precisar de mais que um simples pedido de desculpas (mesmo vindo do coração); e, se não chegar a acontecer, terei que ter a capacidade de compreender e aceitar; porque há mágoas difíceis de esquecer, há marcas que deixámos no coração dos outros que modificam para sempre a relação existente.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

De novo

Sempre gostei de escrever, embora há muito tempo que não o faça. Os motivos não interessam agora, e talvez nunca os diga; decidi deixar o passado lá atrás, no lugar dele, e começar de novo. Às vezes tem de ser assim...

Já não é a primeira vez que tenho um blog, mas digamos que o primeiro não correu muito bem!! Era miúda e não sabia distinguir muito bem aquilo que podia e não devia escrever, espero que desta vez corra melhor!!
Não faço promessas de escrever todos os dias (se o quisesse fazer tinha um diário e não um blog), nem todas as semanas... vou escrevendo, conforme os dias, os sentimentos, a vontade, a inspiração (se quiserem)!! Haverá, até, dias em que não vou escrever nada e passo por cá só para deixar uma musiquinha para animar e dizer "olá".

Espero que gostem!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=tHVTaE3mmuM